Os apaixonados pela literatura sabem os efeitos poderosos de um mergulho no universo ficcional, seja por meio da leitura de um romance, de um conto, de uma poesia. Mesmo que não seja possível descrever com palavras o que de fato acontece, é certo que as histórias literárias têm um poder. E é exatamente disso que se ocupa a Biblioterapia.

A Biblioterapia é uma área de pesquisa e atuação ainda nova no Brasil, mas que vem despertando o interesse de muita gente. No fundo, intuitivamente todos nós sabemos que a literatura possui um potencial terapêutico, ou seja, a capacidade de cuidar dos seres humanos e contribuir com o seu desenvolvimento.

Mas, de que forma a literatura pode ser considerada terapêutica? Ela é terapêutica na medida em que nos proporciona um conforto numa noite de insônia, possibilita uma fuga na agitação do cotidiano, promove um encontro com um personagem que nos mostra caminhos possíveis a serem trilhados e soluções para nossos os dramas, quando desperta um choro ou uma risada, quando nos faz pensar. Enfim, no encontro com uma história nunca saímos ilesos.

E a Biblioterapia se ocupa exatamente dessa relação, por vezes subjetiva, que os seres humanos têm com as histórias. E isso não é nenhuma novidade.

Desde muito antigamente, antes mesmo da publicação do primeiro livro e da invenção da energia elétrica, as histórias já eram cultivadas e transmitidas oralmente ao redor da fogueira. Geralmente, os contadores eram as pessoas mais velhas e mais sábias e as histórias não serviam apenas como entretenimento, mas, como uma espécie de medicamento para fortalecer os indivíduos daquela comunidade.

Atualmente, os livros ganharam novos formatos, não precisamos mais de fogueiras para iluminar a noite, mas, as histórias continuam sendo lidas, contadas e recontadas – algumas sobrevivendo há séculos – isso por conta de algo muito especial que elas carregam. Sem dúvida, por conta desse poder de nos ajudar na caminhada da vida para que nos tornemos seres humanos um pouco melhores a cada dia.