Sabe aquele livro que lhe fisga lá pelo meio e depois disso você não quer mais que acabe? Foi isso que ‘O maravilhoso bistrô francês’, de Nina George, fez comigo! Me fisgou quando eu menos esperava. Me sugou para dentro do livro e a história de Marianne passou a ser a minha história. Ou a minha história passou a ser de Marianne?

Difícil explicar. Foi fusão, identificação e surpresa ao mesmo tempo. Há muito um livro não mexia tanto comigo, com as minhas memórias, com meus sonhos e minhas certezas.

Em resumo, ‘O maravilhoso bistrô francês’ não trata de gastronomia. Ou melhor, pode-se dizer que sim, que fala de fome e sede de VIDA. É a história de amor de uma mulher. Amor pela vida. Sentimento que surge do vazio. Mas, aquele vazio da personagem Marianne do inicio da história vai sendo preenchido com prazer, beleza, amizade, leveza e encantamento.

“Apenas quando cada um descobria o seu verdadeiro lugar no caminhar das coisas, encontrava um sentido. A vida não era muito curta. Era muito longa para desperdiçar com falta de amor, ausência de riso e de tomada de decisões. E tudo começa quando a pessoa se arrisca pela primeira vez, falha e percebe que sobreviverá ao fracasso. Sabendo disso, ela arrisca tudo.” (p. 197)

O livro de Nina George fala também de viagens. De busca e de encontros. Da jornada por territórios desconhecidos que muitas vezes estão dentro de nós mesmas. A viagem de Marianne em muitos momentos se cruzou com a minha ao longo da leitura e, certamente, cruza-se com a de muitas mulheres. Não posso falar pelos homens, mas sei que nós mulheres temos a capacidade, não só de gerar vida, mas também de reinventá-la em qualquer fase e renascer plenas e saciadas.

Dose: O maravilhoso bistrô francês, de Nina George.

Indicação: para quem precisa se encantar pela vida; para se nutrir de esperança; para quem está buscando sentido e beleza no viver; para quem gosta de viajar e está sem tempo nem dinheiro para ir até a França (Marianne pode ser uma ótima guia!).

Efeitos colaterais: pode provocar água na boca (as comidas são deliciosamente descritas pela autora); pode provocar um desejo enorme de conhecer a Bretanha (região muito peculiar da França carregada de muita história e magia).