Amo viajar. E tenho essa antiga mania de tirar fotos dos meus pés. Mas, não sei quando vou poder arrumar as malas e colocar meus pezinhos na estrada novamente. Essa é uma das questões desse novo mundo (que ainda não sabemos qual é!) que tem me entristecido ultimamente. Apenas um pequeno drama pessoal diante de tantos outros dramas maiores que esse novo cenário impõe. Eu sei. Sei que é pequeno.

Mas, viajar e ler para mim é como respirar. No início do isolamento estava me sentindo sufocada por não conseguir ler como antes. E isso estava me afetando. Hoje a leitura flui melhor. E me sinto um pouco mais leve. Só um pouco. Porque ainda sinto falta de viajar. E, infelizmente, isso não depende só do meu esforço.

Quando poderei viajar e como será viajar no mundo pós-pandemia? Me pego pensando nisso. Mas, ainda não encontro respostas. Em junho eu iria viajar, visitar a família em Aracaju e curtir as festas juninas que tanto amo. Iria. Hoje tenho só a certeza de que não vou e a dúvida de quando poderei viajar, visitar a família e curtir os festejos juninos na minha terra novamente.

Viajar em segurança hoje só dentro de casa, descobrindo novos ângulos da janela, mudando os móveis de lugar, tomando sol na varanda, lendo um livro. A viagem da ida ao supermercado não é tão segura, mas essa tem sido a viagem mais longa que tenho feito nos últimos tempos.

Tem tantos lugares no mundo que eu quero visitar ou revisitar. Meu pai diz que tenho alma andarilha, assim como muitos na família. E o que faz então essa alma quando não pode vagar por aí? É isso que me entristece. Eu não sei o que fazer.