‘Perdas e Ganhos’ de Lya Luft tem sido minha companhia nas últimas semanas. A Lya já virou amiga íntima, que faz pensar, que cuida, faz rir e chorar. Mas, acima de tudo faz sentir. A obra é, segundo a autora, um convite para o leitor pensar na própria condição de ser humano.
“Constituir-se um ser humano, um nós, é trabalho que não dá férias nem concede descanso: haverá paredes frágeis, cálculos malfeitos, rachaduras. Quem sabe um pedaço que vai desabar. Mas se abrirão também janelas para a paisagem e varandas para o sol”. (p. 22)
‘Perdas e Ganhos’ fala de dores, mortes, tristeza, velhice, mediocridades e fatalidades. Muitas verdades próprias da condição humana, que tentamos evitar, que viramos os olhos dizendo: ‘isso nunca acontecerá comigo’. Apesar de verdadeiramente cruel, Lya diz que seu livro “há de ser um livro esperançoso”.
“Sou das que acreditam que a felicidade é possível, que o amor é possível, que não existe só desencontro e traição, mas ternura, amizade, compaixão, ética e delicadeza” (p. 14)
Me identifiquei muito com a Lya, primeiro livro que leio dela e já foi amor à primeira vista, pois sou dessas que acredita nessas coisas, que às vezes parecem fora de moda. Por meio desse livro, a Lya se tornou uma amiga e companheira para noites solitárias.
‘Perdas e Ganhos’ é aquela dose que precisamos em momentos de desesperança, pois como diz: “a vida não tece apenas uma teia de perdas, mas nos proporciona uma sucessão de ganhos” (p.14).